Assim como o Natal, a Epifania e a Assunção, a Candelária é um festival religioso cristão realizado todos os anos na mesma data, 2 de fevereiro, exatamente 40 dias após o Natal.

Etimologicamente, Candelária vem de "festival de velas" e, portanto, está associada à luz, tendo seu nome derivado das velas carregadas pelos fiéis em ritos pagãos durante procissões na Roma antiga em homenagem a Lupercus (o festival Lupercalia), o deus da fertilidade; Mais tarde, quando o cristianismo se espalhou pelo Império Romano, os festivais pagãos ainda eram muito populares, e a Igreja Católica gradualmente adotou esse festival como seu: Vale ressaltar que o 40º dia após o Natal coincide com a apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém por seus pais, Maria e José, perpetuando um costume hebraico. Os celtas também celebravam a fertilidade antes do fim do inverno, carregando tochas em procissão pelos campos para orar aos deuses a fim de purificar a terra antes da semeadura; nas igrejas, as tochas eram substituídas por velas abençoadas, cuja luz supostamente afastava o mal.

Voltando a Roma e à Lupercalia, tochas e velas eram acesas à meia-noite, e bolos de cereais eram comidos para invocar o retorno do sol - redondos e amarelos, os bolos e depois as panquecas lembravam o disco solar, em uma época em que o dia ficava cada vez mais longo e a semeadura de inverno começava; as vestais, sacerdotisas de outros cultos romanos, faziam oferendas de bolos feitos com trigo da colheita anterior para garantir que a próxima fosse igualmente boa.

Quando o festival cristão da Candelária foi introduzido, as autoridades papais distribuíam galettes para os muitos peregrinos que vinham a Roma, que também eram preparados com os estoques de farinha restantes da colheita do ano anterior, um símbolo de fato de prosperidade...

Isso explicaria algumas tradições posteriores, como estourar os famosos crepes enquanto se segura uma moeda de ouro na outra mão, para trazer boa sorte... ou manter o primeiro crepe feito em cima de um armário, para garantir que a próxima colheita seja boa ou simplesmente para afastar a infelicidade.

Hoje em dia, em Luxemburgo e nos países vizinhos, a tradição das panquecas em uma atmosfera festiva persiste, enquanto em nosso país, mais especificamente, o Liichtmëssdag, um descendente distante de uma antiga procissão de tochas, ainda sobrevive: em pequenos grupos, as crianças às vezes ainda percorrem as ruas à tarde ou no início da noite, segurando uma lanterna na mão, cantando e esperando receber uma pequena recompensa em troca na forma de doces.