David Hume (1711-1776) é um filósofo, historiador e economista escocês, amplamente considerado uma das figuras centrais do empirismo e do ceticismo filosófico. Proveniente de uma família da pequena nobreza protestante de Edimburgo, sua trajetória profissional o levou a viajar por toda a Europa. Em 1734, enquanto estava na França, ele escreveu seu famoso “Tratado da Natureza Humana” (publicado em 1740), que na época não teve o sucesso esperado. Em 1737, ele retornou à sua cidade natal para ocupar o cargo de bibliotecário. Alguns anos depois, ele se envolveu em missões diplomáticas em Viena e Turim. Em 1748, a publicação de “Investigação sobre o Entendimento Humano” lhe trouxe certa notoriedade na Europa. Em sua “História Natural da Religião” (1757), ele critica especialmente o racionalismo dogmático do século XVII. Entre 1763 e 1766, Hume esteve novamente na França, onde frequentou os salões parisienses e conheceu o filósofo e enciclopedista Jean-Jacques Rousseau.
O pensamento de David Hume é caracterizado por várias contribuições importantes, especialmente nos campos da epistemologia (o estudo crítico das ciências), da metafísica, da filosofia moral e da religião. Hume é considerado um empirista. Por isso, ele sustenta a ideia de que todo conhecimento provém de experiências sensoriais. Nossas experiências constituem, portanto, nossa única fonte de saber. Ele distingue entre as impressões, ou seja, as percepções imediatas, e as ideias, que, mesmo as mais abstratas, são derivadas dessas mesmas impressões sensoriais.
No campo da moral, Hume acredita que esta é fundada mais nos sentimentos do que na razão. Os julgamentos morais são a expressão de nossas emoções e sentimentos, em vez de serem o resultado de conclusões lógicas derivadas da razão.
Hume também é conhecido por seus escritos céticos sobre a religião. Ele critica os argumentos tradicionais a favor da existência de Deus, notadamente os argumentos teleológicos (a teleologia é o estudo dos fins, da finalidade) e cosmológicos. Em seus "Diálogos sobre a Religião Natural", livro publicado postumamente em 1779, ele apresenta um debate sobre a natureza de Deus e os limites da razão humana em matéria religiosa, ressaltando as dificuldades de provar a existência de Deus apenas pela razão.
O pensamento de Hume teve uma influência profunda e duradoura sobre as correntes filosóficas do mundo ocidental. Em Luxemburgo, ele é ensinado nos cursos de filosofia do ensino secundário clássico e faz parte do programa a ser revisado para o exame de fim de estudos.

Aqui está uma pequena seleção de citações:

A beleza das coisas existe na mente de quem as contempla. (Ensaios estéticos; ensaios escritos entre 1742 e 1757)

É preciso esquecer as loucuras de um dia para dar lugar às do dia seguinte. (Investigação sobre o Entendimento Humano, 1748)

Seja filósofo, mas, no meio de toda a sua filosofia, seja sempre um homem. (Investigação sobre o Entendimento Humano)

O costume, assim, é o grande guia da vida humana. (Investigação sobre o Entendimento Humano)